Guaraciaba
As raízes de um povo podem ser esquecidas? O que
saberão os filhos e netos acerca de seus antepassados, sua cultura e tradição?
Sem dúvida, as raízes de um povo não podem ser esquecidas!
Para dar
conta de tantas indagações, os casais Leodir Rossetti e Marivane Demozzi
Rossetti, Inacio Schmitt e Loiri Maria Casagranda Schmitt, Iduir Zanin (popular
Titi) e Rosa Helena Pandolfo Zanin reuniram-se, na noite fria de 09 de junho de
2007, na casa do casal Oscar Zampiva e Maria Alpini Zampiva, a convite deste,
para discutir a possibilidade de se fundar um grupo de italianos na comunidade
de Linha Caravaggio – Guaraciaba.
Após um jantar tradicional da culinária
italiana, oferecido pelo casal anfitrião, regado a um bom vinho, optou-se, por
consenso, fundar, nessa mesma noite, o grupo de italianos o qual passaria a se
chamar “Grupo italiano Madonna di Caravaggio”. Cada um dos casais ficou
responsável de convidar casais da comunidade e pessoas que já haviam residido no
local para, assim, participarem de uma reunião na qual seriam explicados os
objetivos para a criação desse grupo.
Esse encontro foi realizado no dia
16 de junho de 2007 e os participantes aceitaram a ideia de se cultivar a
cultura de seus antepassados e que passariam a se encontrar no segundo sábado de
cada mês para o tradicional Filó, momento dedicado à cantoria italiana, contação
de casos e partilha de lanches da culinária italiana.
Nesse mesmo dia,
agendou-se a data da Primeira Noite da Sopa Italiana – 28 de julho de
2007.
Em 2013, no final de julho, ocorre a VII Noite da Sopa Italiana. No dia
26 de outubro, acontece o Terceiro Baile Italiano de Casais.
Destaca-se que
devido a sua relevância no setor cultural do município e região, a associação já
foi tema de pesquisa, no ano de 2012, de um Grupo de Acadêmicas do 7º período do
Curso de Pedagogia da Unoesc – SMO.
O grupo de italianos conta com
aproximadamente 80 componentes de todas as idades. Vale ressaltar a presença
assídua do casal de idosos Arvirio Brustolin e Gentile Rebelatto Brustolin,
colonizadores da comunidade.
Objetivos do Grupo
No dia 10 de julho de
2011 o grupo, por decisão de seus dirigentes e associados, passou a chamar-se
Associação Grupo Folclórico Italiano “Madonna di Caravaggio”, devido as suas
reais finalidades.
·promover a integração das famílias descendentes de
italianos da comunidade de Linha Caravaggio, Guaraciaba, SC;
·resgatar os
costumes e as tradições dos antepassados;
·organizar os mais diversos tipos
de atividades culturais e recreativas para oportunizar momentos de lazer para os
associados e seus familiares;
·proporcionar o aperfeiçoamento individual de
cada associado(a) por meio de palestras sobre os mais diversos assuntos,
especialmente os que dizem respeito ao processo de imigração italiana no Sul do
Brasil;
·promover encontros culturais com músicas e comidas típicas da
cultura italiana;
·participar de eventos que objetivam a divulgação da
cultura italiana.
O capitel: um marco da tradição religiosa
A
comunidade de linha Caravaggio, no interior de Guaraciaba, é conhecida pelo seu
santuário e a Romaria de Nossa Senhora do Caravaggio, a qual é realizada,
anualmente, no dia 26 de maio.
Mas o que muitos não sabem é que a
tradição religiosa da comunidade não se resume à Romaria, vai além, e remonta à
época da colonização.
Foi pensando nisso que componentes da Associação
Grupo de Italianos Madonna de Caravaggio, em sistema de mutirão, construíram um
Capitel em abril de 2011, no local em que as primeiras famílias da comunidade
(Rebelatto, Brustolin, Perondi...) se reuniam para a reza do terço, no final da
década de 40 (século passado).
O Capitel está localizado na propriedade
de Amauri Rebelatto, propriedade que, no passado, pertencera a seu avô, João
Rebelatto, um dos colonizadores. O Capitel acolhe as imagens de Santo Antônio e
de Nossa Senhora do Caravaggio, que representam a fé dos colonizadores
descendentes de italianos.
O objetivo dessa construção foi resgatar o
passado religioso da comunidade, isto é, deixar um marco no local onde fora
rezada a primeira missa e realizado o primeiro batizado pelo saudoso Padre
Aurélio Canzi, tendo como altar o tronco de uma árvore.
Salienta-se que
moradores da Linha Brustolin (como era chamada na época da colonização), assim
como no passado, reúne-se para a reza do terço e novenas pedindo a Santo Antônio
e a N.S.do Caravaggio graças e agradecendo as já recebidas. É, portanto, um
excelente espaço para meditar e rezar.
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